Depois de registrar altas expressivas de janeiro a agosto, as vendas em Santa Maria começaram a perder força e só tiveram alta de 0,7% de agosto para setembro. Essa estagnação na arrecadação geral do ICMS foi provocada, principalmente, pela queda nas vendas em seis setores, com destaque negativo para comunicações (-19,6%), calçados e vestuário (-9,2%), móveis e materiais de construção (-7,6%) e supermercados (-7,4%) (veja no quadro ao lado o desempenho dos demais setores). Os dados, obtidos com exclusividade junto à Receita Estadual, refletem a impressão de alguns empresários dessas áreas, que já vinham reclamando de uma queda nas vendas.
A redução do auxílio emergencial e a inflação muito elevada, na faixa de 10%, segundo o IPCA, são alguns dos fatores que contribuem para essa queda. Até porque, com os aumentos elevados de preços de gasolina, energia elétrica e alimentos, muitas famílias e empresas tiveram de cortar gastos em outros setores ou itens supérfluos. Chama a atenção, por exemplo, que os setores de supermercados e bebidas tiveram queda de 7,9% e 7,0%, respectivamente, até porque são segmentos de consumo de itens básicos pela população.
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É cedo para chegar a conclusões, mas essa queda de arrecadação nesses setores é um primeiro sinal de alerta de que a inflação elevada acaba prejudicando o consumo. Dados de pesquisa da Fecomércio RS apontam que 81,9% das famílias gaúchas estão endividadas, o maior índice dos últimos 11 anos. Nesse conceito, estar endividado é ter contas para pagar, mas não necessariamente que não consegue honrar com os compromissos. Há 22,8% das famílias com dívidas em atraso no Estado (em setembro de 2020, eram 29,6%). E 3,3% que não conseguirão pagar o que está atrasado - há um ano, eram 13,7%. Ou seja, a situação já foi até pior.
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